Seguro moto: Usa moto para trabalhar?
As estatísticas já anunciam o problema; 40% contra 5%. Esta é a porcentagem de carros e motos assegurados, respectivamente. Mas, se o mercado de seguro moto já é tão enxuto, quando focamos no segmento de quem utiliza o veículo para fins comerciais, os números são ainda menores.
Algumas das seguradoras com maior atuação no país não trabalham com este perfil de cliente. O Prestum Seguros investigou por que o seguro de motos é tão discriminado e apresenta algumas respostas. Assim como alternativas para não deixar o motociclista totalmente desprotegido.
O presidente da Federação dos Motoclubes do Estado de São Paulo, Paulo Cesar Lodi, aponta a primeira dificuldade.
O índice de assaltos e furtos ocasiona o altíssimo preço do seguro moto
“O índice de assaltos e furtos ocasiona o altíssimo preço do seguro para motocicletas, o que inibe totalmente o interesse das seguradoras em fazê-lo. Aos motofretistas, que não é nossa especialidade, cabe apenas contar com alguns poucos e caros seguros oferecidos no mercado, além de bons rastreadores e empresas que sejam realmente idôneas na prestação de tal serviço”, afirma.
Segundo apuração do portal, a única seguradora que aceita indiscriminadamente qualquer moto é a Suhai Seguros. Segundo o diretor comercial, o fato de aceitar motos com alto índice de sinistralidade tem a ver com o DNA da seguradora.
“Uma seguradora normal trabalha com estatísticas baseadas na análise no perfil, entretanto, para a Suhai não importa se o motorista tem 18 ou 80 anos, mora no centro ou na periferia, é casado ou solteiro, uma vez que o que é analisado é o veículo. Nos atrevemos a assegurar um automóvel rejeitado por outras seguradoras porque recuperamos em torno de 90% dos veículos assegurados”, explica.
A Suhai promete seguro sem franquia, análise de perfil, restrição de modelo, marca ou ano, e indenização de 100% do valor de acordo com a tabela FIPE, caso a moto não seja recuperada.
Este grande desconhecido
É importante ressaltar que embora haja um grande esforço por parte de órgãos oficiais como a Susep quanto à conscientização sobre o mercado de seguros em geral, o seguro de moto para fins comerciais é desconhecido até mesmo por pessoas que atuam neste meio. Daniela Tofoli é tecnica em seguros do Sindicato dos Motoboys de São Paulo e desconhece o seguro oferecido pela Suhai.
“Já foram feitas algumas negociações com seguradoras como a Porto Seguro, mas, infelizmente, pelo alto índice de roubo não é vantajoso porque ela não vai conseguir arcar com o volume de sinistralidade”, entrega.
Segundo especialistas, a cada 10 motos roubadas apenas 7 são recuperadas, o que comprova a reticência das seguradoras. A única esperança para o setor é que haja mais segurança, o que poderia coibir a atuação de criminosos.
“O seguro é baseado no índice de roubo, portanto, se o número de roubos diminuísse, com certeza, seria mais vantajoso para as seguradoras participar desta fatia do mercado”, enfatiza Tofoli.
Rastreadores como alternativa
O motociclista André De Lucca, conta que foi atrás de um seguro. Segundo André, após ser negado por duas seguradoras e receber uma cotação cara, acabou optando por outro meio. De acordo com o seu perfil, o seguro para a sua moto ficaria entre R$ 1.300,00 e R$ 2.000,00.
“Encontrei soluções mais em conta, como rastreador e bloqueador e, vou optar por uma dessas empresas”, confessa.
Os equipamentos de rastreamento, bloqueio e alarme, não substituem o seguro, mas são uma opção econômica e eficiente.
“Existem planos de instalação de bloqueador ou pode ampliar e instalar o equipamento completo, que inclui alarme, bloqueador e rastreador”.
Aos motociclistas resta estar muito atento e esperar que a paz reine em seu entorno. Ou que o mercado se ajuste às suas necessidades
Fonte: CQCS